
Em sua terceira edição, o Minas Summit consolidou de vez sua posição como um dos principais encontros de negócios e inovação do Estado.
Foram dois dias de um Minascentro completamente tomado por participantes vindos de todas as regiões de Minas Gerais. Entre painéis, palestras e muito networking, o evento proporcionou um ambiente vibrante voltado ao desenvolvimento de soluções tecnológicas e à geração de oportunidades.
Apesar das mais de 80 horas de programação, alguns destaques merecem atenção neste primeiro Download do Minas Summit.
IA e mercado de trabalho
A Inteligência Artificial definitivamente ultrapassou as fronteiras do setor tecnológico e hoje influencia praticamente todas as áreas da sociedade.
De olho nesse movimento, o primeiro dia de evento contou com a realização paralela do AI Summit Brasil — um dos maiores fóruns sobre IA da América Latina — que trouxe discussões profundas sobre o impacto dessa tecnologia nos modelos de negócios e no futuro das profissões.
A partir das reflexões trazidas tanto no AI Summit quanto nos painéis sobre o tema durante o Minas Summit, alguns pontos se destacam:
- Para as organizações, não dá mais para ignorar a IA. Ainda que muitas empresas ainda não saibam como integrar essa ferramenta aos seus produtos e serviços, a adoção é inevitável;
- Há um excesso de “cases” e uma escassez de discussões técnicas sobre aplicação prática da IA no dia a dia corporativo.
No painel “Data Centers – Mercado, Tendências e Oportunidades”, realizado na sexta-feira no Palco Principal, foi possível perceber como os debates sobre automação e empregabilidade muitas vezes passam longe do radar da maioria.

Um exemplo claro foi o anúncio da construção de um novo data center da empresa Century, na cidade de Contagem. O projeto, avaliado em R$ 150 milhões, será voltado à demanda de IA e alto consumo de energia, gerando 57 novos postos de trabalho.
Aqui dá para ver uma clara diferença entre o hype das conversas sobre o futuro do emprego e a realidade já latente envolvendo o mercado e as IAs.
Mineração automatizada: o que vem por aí?
Ainda no primeiro dia, o painel “Resultado da Pesquisa de Mineração em Minas Gerais e lançamento da KR Mining” trouxe projeções importantes para o futuro do setor no quadrilátero ferrífero.
Entre os cenários apresentados, destacam-se:
- Em uma perspectiva ideal, o Brasil assume um papel de liderança em mineração sustentável até 2040. No entanto, o caminho mais provável aponta para um embate entre ganhos econômicos imediatos e benefícios socioambientais de longo prazo;
- Para alcançar esse protagonismo sustentável, o setor precisa acelerar a automação. A corrida por minas autônomas — com robôs e sistemas baseados em IA substituindo parte do trabalho humano — já começou.
Essas discussões são essenciais para aprofundarmos o debate sobre a diversificação econômica nas cidades mineradoras, com mais seriedade e embasamento técnico.
A força das comunidades de inovação no Minas Summit
Pela primeira vez, o Minas Summit abriu espaço em seus palcos para as comunidades de inovação do interior mineiro.
Esses grupos são protagonistas na dinamização do ecossistema tecnológico em suas regiões e foram responsáveis por boa parte do público presente — como comprova o grande número de caravanas que partiu do interior rumo à capital, trazendo novos sotaques e experiências ao evento.
Na sexta-feira, no Palco Santa Tereza, essas comunidades tiveram 10 minutos cada para compartilhar seus avanços com uma plateia lotada. Estiveram por lá:
- Hélio L Costa, representando o ETech Valley (Varginha)
- Roni Magnos, do Santa Helena Valley (Sete Lagoas)
- Rafael Becho, à frente do Saint Lake Valley (Lagoa Santa)
- Leticya Barbosa, do Inovatu (Paracatu)
- Davidson Paulino, do Inova Vertentes (São João del-Rei)
Também participaram Kelson Douglas (Valin), Arthur Avelar (Moinho, Juiz de Fora) e Ferdinando Kun (Uberhub, Uberlândia), que mais tarde levaram esse debate para o Palco Principal.
O que vimos ali foi uma verdadeira demonstração de como as comunidades têm papel central na articulação entre universidades, empresas, setor público e sociedade civil — atuando como uma espécie de quarta hélice no motor da inovação.
Com mais uma edição bem-sucedida, o Minas Summit reafirma seu papel como catalisador de ideias, talentos e conexões.
Nos vemos em 2026?