Mariana busca espaço na Rede de Cidades Criativas da Unesco

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Mariana busca espaço na Rede de Cidades Criativas da Unesco

Desde o começo de abril, a Moore, uma das maiores redes de auditoria, consultoria e outsourcing do mundo, vem trabalhando com diversos atores relacionados ao turismo e aos ativos culturais de Mariana em busca da criação de um Arranjo Produtivo Local (APL) de turismo para o município.

Por meio deste trabalho, patrocinado pela Fundação Renova, 5 grupos, formados por estes atores locais, entregaram 9 projetos com potencial de facilitar a criação desse arranjo produtivo, capacitar e ampliar ainda mais o turismo na região, dentre eles, um projeto que busca inserir Mariana dentro da Rede de Cidades Criativas da Unesco.

O Valin — Vale dos Inconfidentes faz parte desse trabalho realizado pela Moore e vem contar um pouco mais sobre as chances de Mariana adentrar esta rede, quais os benefícios que essa integração poderia trazer para a cidade e como tudo isso se relaciona também com tecnologia e inovação.

A Rede de Cidades Criativas da Unesco

A Rede de Cidades Criativa (UNESCO Creative Cities Network – UCCN) é um projeto que foi criado em 2004 para promover a cooperação entre cidades que colocam a criatividade como um importante fator estratégico para o desenvolvimento urbano sustentável. 

Essa rede, composta por 246 cidades, serve como uma plataforma internacional de intercâmbio e colaboração, conectando lugares com foco em áreas criativas como: artesanato e arte folclórica, design, cinema, gastronomia, literatura, mídia e música.

Motivos para fazer parte dessa rede

Segundo o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, fazer parte dessa rede pode ser algo extremamente interessante para um município. Um dos motivos para isso, de acordo com Machado Neto, é que o selo de Cidade Criativa “é uma honraria internacional que atrai visitantes de todos os cantos do mundo interessados em uma experiência em uma das categorias”.

No Brasil, apenas 10 cidades fazem parte da Rede de Cidades Criativas da Unesco. São elas:

  1. Belém (PA) – gastronomia
  2. Belo Horizonte (MG) – gastronomia
  3. Brasília (DF) – design
  4. Curitiba (PR) – design
  5. Florianópolis (SC) – gastronomia
  6. Fortaleza (CE) – design
  7. João Pessoa (PB) – artesanato e artes folclóricas
  8. Paraty (RJ) – artesanato e artes folclóricas
  9. Salvador (BA) – música
  10. Santos (SP) – cinema

Quais são as chances de Mariana

Com tão poucos nomes nacionais nessa lista, pode parecer que entrar na rede da Unesco não seja tarefa fácil… e realmente não é.

De acordo com as regras da Unesco, anualmente são aceitas apenas duas candidaturas por país. Além disso, essas candidaturas precisam ser feitas em especialidades distintas.

O processo de avaliação é feito por peritos dos setores de cultura e indústria criativa, no âmbito da Unesco, com ênfase na área de especialização escolhida e as cidades precisam ter iniciativas criativas com um esboço de plano de ação de pelo menos quatro anos.

De olho nisso, é possível dizer que, hoje, Mariana teria mais chances de disputar um lugar na rede concorrendo em dois segmentos: Artesanato e Artes populares, e Música.

Artesanato e Artes populares

Com diversos artesãos na cidade e vários eventos de artes populares já consagrados na agenda da cidade (como o bloco Zé Pereira, a Procissão das almas, o Congado de Nossa Senhora do Rosário e a Confecção dos tapetes devocionais da Semana Santa), Mariana teria boas chances no segmento de Artesanato e Artes Populares, ainda que neste segmento já existam outros municípios brasileiros sendo representados na rede.

Música

Na parte de música a cidade tem boas possibilidades, afinal, além de apenas Salvador representar o país no segmento, Mariana conta com um Museu de Música, um grande acervo de Música sacra, dezenas de bandas tradicionais e grupos que produzem obras contemporâneas, como o Rock Generator e o pessoal da Batalha das Gerais.

Criatividade e inovação

Não existe inovação sem criatividade, e, por isso, cidades com fortes setores criativos tendem a se especializar na produção de novas ideias.

No levantamento Radar da Economia Criativa de Minas Gerais, publicado pelo P7 criativo, em 2018, foi visto que a economia criativa em Minas Gerais pode ser dividida em 4 grupos de atividades econômicas: Mídia, Cultura, Criações Funcionais e Tecnologia e Inovação.

Portanto, é possível dizer que compreender as startups e empresas de base tecnológica como um importante eixo da nossa indústria criativa pode ser uma saída melhor do que colocar estes mercados juntamente com a indústria tradicional. E se é a criatividade que move a inovação, nada melhor para as empresas inovadoras do que estarem sediadas em cidades criativas.


O que você acha dessa possibilidade de Mariana na rede da Unesco? Teria chances? Acredita nestes segmentos que apontamos no texto? 

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